Oportunidades não faltam. Investimentos, também não. Tido como um dos impulsionadores do desenvolvimento econômico de Pernambuco, o Complexo Industrial Portuário de Suape é, hoje, uma das grandes apostas no Estado, um dos que mais cresce no Brasil, assim como no resto do País. Mas, afinal, em que consiste realmente este imenso complexo que, com sua localização estratégica e uma infraestrutura moderna, concentra em um mesmo local empreendimentos grandes de diversos setores?

Suape surgiu como uma instituição pública em 1978, através da Lei Estadual nº 7.763, que criou a empresa Suape - Complexo Industrial Portuário, cuja finalidade era a de administrar a implantação do distrito industrial, o desenvolvimento das obras e a exploração das atividades portuárias. Administrado pelo Governo do Estado, através da empresa Suape - Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros, ele fica localizado no Litoral Sul de Pernambuco, entre a foz dos rios Ipojuca e Massangana; é entrecortado pelo Rio Tatuoca e fica situado dentro dos municípios de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Com uma área de 13,5 mil hectares, Suape é dividido em cinco zonas: de Preservação Ecológica (59%), Industrial (22%), Industrial-Portuária (14%), Central de Serviços (3%) e de Preservação Cultural (2%).

Sua concepção foi originada do conceito moderno de integração porto-indústria já existente, na época, no Porto de Marseille-Fos, na França, e no de Kashima, no Japão. A ideia era a de ter um porto com uma retroárea para a instalação de empreendimentos industriais e operações de logística. O Complexo dispõe de um porto externo e de um interno. Este possui, atualmente, cinco berços em atividade; enquanto o externo, um molhe de pedras de proteção no formato de “L”, com três mil metros de extensão, e abriga três píeres de graneis líquidos, um cais de múltiplos usos e uma tancagem flutuante (navio tanque) de GLP.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado e presidente de Suape, Frederico Amancio, o Complexo abrigará empreendimentos estruturadores importantes, como a Refinaria Abreu e Lima, estaleiros e petroquímicas. “A instalação dessas indústrias contribui para o adensamento de diversas cadeias produtivas, atraindo indústrias fornecedoras de bens e serviços para a região. Isso vai influenciar decisivamente no desenvolvimento econômico não só de Suape, mas de todo o seu entorno, gerando emprego e renda para a população. Precisamos destacar também que algumas empresas têm aportado em outras regiões do Estado através de Suape, de modo que o Complexo funciona como um ímã, atraindo investimentos que não precisam necessariamente estar aqui para aproveitar sua dimensão”, assegura.

“Suape é importante por vários motivos para o desenvolvimento de Pernambuco, principalmente por ser um porto que está progredindo muito rapidamente. A posição geográfica também é um ponto muito importante para a economia do Nordeste, e até para os cenários brasileiro e internacional”, afirmou o professor de Economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e consultor de empresas, Écio Costa. Ainda segundo ele, o porto serve como grande importador de mercadorias para depois distribuir para o Nordeste o que já configura a importância do porto para a economia.