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03/08/2022

Copom eleva SELIC em 0,75 p.p. para 13,75% ao ano

Este foi o 12º aumento seguido da taxa básica de juros, que chega ao maior patamar desde novembro de 2016. Entenda melhor porque a taxa foi elevada e o que deve vir pela frente em termos controle de inflação pelo Banco Central. Após o aumento, a taxa SELIC deve permanecer neste nível até maio de 2023, quando começará a cair. A previsão é que a SELIC termine o próximo ano em 10,5% ao ano, após a inflação oficial, medida pelo IPCA, venha a convergir para a meta imposta pelo BC de 3,25% com 4,75% de teto. O aumento de hoje tem como objetivo para o BC já ajustar a taxa SELIC para atingir a meta de inflação do ano que vem, uma vez que as decisões sobre juros demoram de 6 a 18 meses para terem impacto pleno na economia. A inflação de hoje reflete a SELIC baixa do ano passado. A imposição de um limite para o ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transporte urbano derrubou o IPCA no mês de julho e agosto, quando deve haver deflação nesse período. Ao se confirmar, é possível que o ajuste da SELIC seja ainda menor para 2023. Outros fatores influenciarão o processo decisório nas próximas reuniões. A questão fiscal pode trazer impactos inflacionários no ano que vem, por conta dos programas sociais e incentivos fiscais anunciados pelo Governo Federal. Caso aconteça, os juros ficarão mais altos. O contexto internacional também pode influenciar negativamente. Caso as tensões entre EUA e China se elevem, com questões relacionadas à Taiwan, podem pressionar o câmbio, elevando a inflação de insumos importados e commodities, fazendo o BC manter a SELIC alta. O processo de elevação de juros nas principais economias mundiais também atrapalha. EUA, União Europeia e outros países estão em processo de elevação de juros para combater a inflação e isso pode pressionar o BC a manter um spread de taxas mais elevado, para manter o câmbio.


02/08/2022

Brasil tem a 41º gasolina mais barata em ranking global

Há 4 meses o país era o 115º dentre 170 países. O preço do combustível despencou, influenciado pela redução do ICMS e subida do dólar em julho. Saiba quais são os países onde o preço da gasolina é mais caro e mais barato. O preço da gasolina caiu de R$ 7,39 o litro no fim de junho, na semana entre 19 a 25 de junho, para R$ 5,89 entre 17 e 23 de julho, segundo o levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), uma queda de R$ 1,50 (20%) em apenas 1 mês. Os fatores para a redução vieram da lei que limitou a alíquota do ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transporte coletivo e da redução do quanto a Petrobras cobra nas refinarias. No dia 28, a estatal anunciou nova queda do preço, de R$ 0,15 (ou 3,9%). O repasse acontecerá apenas nos próximos dias, e o ranking ainda não o incorporou na análise. O Brasil está atualmente ao lado de países como Maldivas, Togo, Burquina Faso e Uzbequistão. Há 4 meses, o país estava próximo a nações como Moldávia, Jamaica, Jordânia e Seychelles. A gasolina mais barata do mundo continua sendo a da Venezuela, país que tem uma das maiores reservas de petróleo e cuja economia depende completamente da commodity. Na outra ponta, Hong Kong tem o litro do combustível mais alto do mundo, com R$ 15,92. A gasolina brasileira está hoje mais barata que a dos Estados Unidos, mas mais cara do que a de países vizinhos como Bolívia, Colômbia, Equador e Argentina. Por outro lado, está mais barata que o México, Cuba, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai. No Brics, só perde para a Rússia.


01/08/2022

O Investimento Privado foi o responsável pelo aumento da relação Investimento/PIB no 1º Trimestre de 2022

Nos últimos anos, o investimento estatal tem se mantido estagnado na casa dos 1,6% enquanto o investimento privado vem crescendo desde 2017 para 17,56% do PIB em 2021. No primeiro trimestre de 2022, o investimento privado representou 17,39% do PIB, enquanto o investimento público ficou em 1,61%. Esse percentual representa um aumento em relação à 2021, quando o investimento privado representou 15,92% do PIB, com 1,61% do público. O investimento é importante para fomentar o crescimento econômico do país. A partir dele, o país pode ter um crescimento duradouro, levando a um patamar de país desenvolvido, caso se mantenha num ritmo elevado, diferente das políticas de curto prazo, que são inflacionárias. O investimento ajuda no aumento da produtividade da mão de obra que, produzindo mais, pode gerar mais valor para o seu trabalho, gerando mais retorno para a empresa e, consequentemente, maiores salários reais para os trabalhadores, oriundos dos ganhos de produtividade. Mas nem todo tipo de investimento é recomendado. O investimento público termina não gerando os mesmos benefícios que o investimento privado, aumentando o endividamento do país e, em muitos casos vistos no Brasil, por exemplo, gerando desvios e resultados insignificantes. O investimento privado, por sua vez, traz benefícios de longo prazo mencionados e diferencia o país dentre os demais em termos de vantagens competitivas, tornando um país desenvolvido. Mas, para isso, o ambiente institucional precisa ser propício para a atração ao investimento. Desde os anos 2000 que o investimento no Brasil tem oscilado bastante, respondendo aos diversos momentos de crises institucionais, eleitorais, econômicas e da própria pandemia. No momento em que esteve mais alto, teve forte influência do investimento público, em 2010. A agenda de reformas e novos marcos institucionais têm atraído o investimento privado para o Brasil. Esse ambiente, de reformas microeconômicas, é o melhor caminho para atrair o capital produtivo privado para que o país possa diminuir o gap em relação aos países desenvolvidos.


31/07/2022

O que vem por aí na Semana Econômica!

Informações importantes, toda segunda-feira, trazendo a semana em indicadores e movimentações da economia e do mercado. Não deixe de escutar e mantenha-se informado.


29/07/2022

Brasil pode ter Superávit Primário pela 1ª vez desde 2013

A combinação de resultados positivos nas contas do governo, no acumulado até junho, dividendos da Petrobras, privatização da Eletrobras e resultados de outras estatais deve ajudar a fechar as contas no azul em 2022. Um dos tripés do Plano Real, o superávit primário é obtido quando as receitas do Governo Federal e estatais superam as despesas no ano corrente e é essencial para o país ter controle sobre o ritmo de seu endividamento público e na atração de investidores internacionais. O superávit primário indica que o país tem menos risco de default, ou seja, diminuição do seu risco de calote perante os títulos da dívida pública. No passado, o Brasil teve uma situação muito positiva, com o boom das commodities e se tornou, inclusive, credor da dívida externa. Com isso, de 2008 a 2015, recebeu o grau de investimento pelas principais agências de rating, mostrando-se como um país onde o investidor poderia alocar recursos com alguma tranquilidade. Tão logo o país começou a apresentar déficits primários, em 2014, a coisa desandou. Em 2022 a situação pode voltar ao campo positivo. No acumulado até junho, o saldo positivo é o melhor desde 2013, com R$ 56,66 Bilhões. A Petrobras irá pagar dividendos de R$ 25 Bilhões para o Governo e há receitas da privatização da Eletrobras e dividendos de outras estatais. Com isso, o superávit primário quebrará esse longo período de risco fiscal dos últimos 8 anos e ajudará a diminuir ainda mais o risco de aumento do endividamento público, que por sua vez caiu pelo 7º mês seguido, chegando a 78,2% do PIB no mês de maio, ao nível pré-pandemia.


28/07/2022

Com R$ 500 Bilhões de investimentos previstos, iniciativa privada retoma o setor de infraestrutura no Brasil

O setor de construção pesada, destinado a obras de infraestrutura, mostra sinais importantes de recuperação com 60 leilões realizados em 2021 e mais por vir em 2022. O setor de construção civil se divide em 2 grandes áreas: habitacional e infraestrutura. Ambos têm relevância para o crescimento econômico do país e geram muitos empregos e renda. Mas são setores também muito sensíveis às realidades macroeconômicas e regulatórias vigentes. A operação Lava Jato encerrou o período áureo que o setor de construção pesada passava, com grandes obras e empreiteiras, denominadas campeãs nacionais, responsáveis por obras importantes de infraestrutura, financiadas com recursos públicos, principalmente a partir do BNDES. O investimento travou e outras consequências vieram, como parte responsável pela recessão de 2015-16. De lá para cá, muitas reorganizações ocorreram e o modelo teve que ser substituído, pois o Governo não detém de recursos para investir com dinheiro público em infraestrutura. No período mais recente, o lado habitacional se destacou, quando o Teto de Gastos possibilitou uma queda nos juros e o financiamento imobiliário prosperou. Com SELIC em mínimas históricas, o financiamento imobiliário permitiu um impulsionamento desse setor, enquanto durou. A aprovação dos novos marcos regulatórios, PPPs e concessões reativou a construção pesada. Em 2021, houve 60 leilões com investimentos de R$ 334 bilhões e arrecadação de R$ 51 bilhões em outorgas, envolvendo portos, aeroportos, energia, telecomunicações, ferrovias e rodovias. Para 2022, o Ministério de Infraestrutura realizará leilões de concessão de 15 aeroportos, incluindo o de Congonhas. Neste ano, a expectativa é conceder 50 ativos, com R$ 165 bilhões em investimentos previstos. Somando os 2 anos, o investimento previsto é de R$ 500 Bilhões. A expectativa é de uma reversão na construção civil nos próximos anos, com construção pesada gerando mais empregos que habitação e, assim, alavancando o PIB do setor. Um único projeto, da rodovia Dutra, já deve superar todo o investimento público em infraestrutura no ano.


27/07/2022

SUAPE voltará a exportar frutas

Com o resultado do arremate da APM Terminals, pertencente à Maersk, maior operador de contêineres do mundo, um investimento de até R$ 2,6 Bilhões está por vir, com novas rotas e a possibilidade de escoamento das frutas do Vale do São Francisco. A empresa APM Terminals apresentou uma proposta de R$ 455 Milhões, R$ 5 milhões acima do concorrente, para o arremate da área pertencente ao Estaleiro Atlântico Sul no Porto de SUAPE e aguarda apenas a aprovação da Juíza de Ipojuca, responsável pelo processo de RJ da EAS. Com a declaração oficial como vencedora, a APM Terminals deverá anunciar um investimento de até R$ 2,6 Bilhões no novo terminal, que terá capacidade inicial de 400.000 TEUs, o que aumentará a capacidade do complexo portuário em 55% e trará mais concorrência ao mercado. Uma vez que as licenças sejam emitidas, a empresa espera finalizar a construção em até 24 meses e começar a operar em 2025, quando a dragagem do canal de acesso e bacia de evolução pelo Porto de SUAPE estiverem finalizadas, permitindo o acesso dos navios à área do TECON 2. A vinda do maior armador do mundo, e instalação do HUB, vão colocar SUAPE em outro patamar. Nos últimos anos, SUAPE vinha perdendo protagonismo perante os portos de Pecém e Salvador, onde as frutas do Vale do São Francisco eram escoadas, mantendo-se como um porto de cabotagem. SUAPE conta hoje com somente um terminal de contêineres num contrato criticado por ambas as partes e que torna o porto mais caro do Brasil, segundo a ANTAQ. Com o novo terminal, mais concorrência e possibilidades de trajetos de longo curso irão aumentar a competitividade. A vinda da Maersk trará a abertura para rotas diretas e semanais com a Europa e a Ásia. É importante mencionar que a Maersk estabeleceu um protocolo de intenções, prevendo investimentos em modernização, navios de grande porte e a sustentabilidade da atividade portuária. Os investimentos não podem parar por aí. A finalização da ferrovia Transnordestina precisa acontecer e o Arco Metropolitano precisa ser aprovado e ter suas obras iniciadas. A competitividade do porto irá prevalecer, também, por conta dos demais elos de sua cadeia logística.


26/07/2022

Redução do ICMS ajuda a controlar inflação medida pelo IPCA-15

A recente limitação do ICMS a 18% foi determinante para que a prévia da inflação de julho tivesse uma elevação de somente 0,13%, a menor desde junho de 2020, diminuindo o acumulado em 12 meses para 11,39%. A pressão inflacionária continua, mas a limitação do ICMS traz consequências importantes para que o índice tenha uma convergência para o patamar esperado pelos analistas para o fim do ano, próximo de 7,3%, segundo o último Boletim FOCUS. O IPCA de julho deve mostrar deflação. O acumulado em 12 meses sofreu diminuição para 11,39% e deve continuar caindo nos próximos meses, desde que o impacto da redução nos preços de combustíveis, energia elétrica e gás chegue até as indústrias produtoras de bens de consumo que dependem desses itens. Vestuário (1,39%), Alimentação e Bebidas (1,16%) e Despesas Pessoais (0,79%) pressionaram o índice e estão repassando a elevação de custos oriunda de aumentos nos preços dos insumos com cotação internacional ou elevações acumuladas de preços em combustíveis e energia elétrica. A queda no preço da gasolina, item que mais puxou o IPCA-15 para baixo, ajudou a trazer deflação em algumas capitais que a adotaram de forma mais rápida, como Goiânia. Recife, uma das capitais que mais demorou a incorporar a redução no ICMS, teve a inflação mais alta, com 0,87%.


25/07/2022

Afinal de contas, as ações do Governo ajudam ou prejudicam a economia?

A combinação de redução de impostos e expansão de gastos sociais têm gerado críticas e elogios quanto aos impactos dessas medidas sobre a inflação e os grupos que sairão mais beneficiados. Entenda melhor. O Boletim FOCUS dessa semana trouxe nova redução da expectativa de inflação para 2022, mas com consequente aumento para 2023. Ao mesmo tempo, a expectativa de SELIC mais alta para 2023 veio como implicação. Por outro lado, a expectativa de crescimento do PIB para 2022 subiu. Os preços administrados apresentarão crescimento praticamente nulo até o final do ano, mas os preços livres serão impactados pelo impulsionamento dado com as medidas fiscais anunciadas. Enquanto preços dos combustíveis e energia elétrica ficarão baixos, alimentos podem subir. É importante entender que combustíveis e energia elétrica influenciam diretamente os preços de toda a economia e podem trazer um impacto de difusão considerável, elevando os preços gerais em toda a economia, inclusive dos alimentos. Sua redução também tem o benefício contrário. Já uma política fiscal expansionista, ou seja, redução de impostos e aumento de transferências sociais, como o Auxílio Brasil, traz pressão inflacionária, pois estimula muito o consumo, sem uma contrapartida na mesma velocidade da produção, gerando inflação de curto prazo. O aumento temporário do poder de compra das famílias, impulsionado pelo aumento da renda disponível, leva a uma pressão sobre o consumo de bens que repercute sobre os preços. Esse aumento também muda a percepção de risco fiscal, pressionando o câmbio, que gera mais inflação. Por outro lado, há 2 questões importantes: o ICMS realmente era cobrado de maneira abusiva, chegando a mais de 30% sobre a gasolina em alguns estados; e, as famílias pobres nas Regiões Nordeste e Norte precisam receber esse auxílio até mesmo como questão de sobrevivência. É difícil determinar qual efeito se sobreporá até o final do ano e se trará consequências negativas ou positivas em 2023. É papel dos economistas trazer a análise e apresentar efeitos e devidos alertas para os impactos sobre a economia das atitudes conduzidas pelos governantes.


24/07/2022

O que vem por aí na Semana Econômica!

Informações importantes, toda segunda-feira, trazendo a semana em indicadores e movimentações da economia e do mercado. Não deixe de escutar e mantenha-se informado.