PodCasts

21/04/2022

Cada ciclo de inovação tem um término?

Netflix tem concorrentes e Tesla avança. Os resultados da Netflix mostram que o mercado de streaming traz mais concorrentes e divide o número de usuários. Já o mercado de veículos elétricos cresce em torno da líder Tesla, mas até quando? O resultado da Netflix para o 1º trimestre teve queda de 200 mil usuários e recuo de 6,4% no lucro. Caiu em 3 dos 4 principais mercados: EUA e Canadá; América Latina; e, Europa, África e Oriente Médio. O mercado que cresceu foi Ásia e Oceania, fruto de descontos oferecidos. Tesla apresentou crescimento no seu lucro de mais de 7 vezes, para US$ 3,32 Bilhões, com aumento de receita de 81% na base anual para US$ 18,75 Bilhões. A receita recorde foi fruto do aumento de preço, mas principalmente pelo aumento no volume de vendas 68% maior em um ano. Os resultados mostram que os ciclos de inovações mudam ao longo do tempo e que empresas líderes nos seus respectivos mercados tendem a perder protagonismo à medida que outros concorrentes passam a copiar os serviços ou produtos oferecidos. O que resta fazer? Continuar inovando. O acrônimo FAANG, composto por empresas bilionárias, líderes em inovação em seus mercados, Facebook, Apple, Amazon, Netflix e Google, perdeu seu sentido, pois o mercado muda constantemente e ou você continua inovando ou é substituído. Agora uma nova sigla passa a existir: TAGMA! Tesla, Apple, Google, Meta e Amazon fazem parte desse novo acrônimo, mas podem ser ameaçadas também, caso não continuem sendo líderes em inovação. O fato de Facebook ter mudado de nome para Meta já é, em parte, um sinal da busca constante por inovação. A evolução é inevitável. A teoria dos ciclos de inovação mostra que um produto é criado por uma empresa líder, inovadora, que se beneficia dos lucros oriundos da exclusividade temporária de ter inovado, mas depois a concorrência começa a copiar e ela precisa continuar inovando para ainda ser líder.


20/04/2022

Novos lockdowns na China afetarão logística e preços no Brasil

Portos chineses estão congestionados, principalmente o de Xangai, com o país tentando conter uma nova onda de COVID-19, impactando o preço dos fretes nas exportações e importações no comércio com o Brasil. Enquanto o Brasil e demais países na Europa e nas Américas têm se recuperado do COVID-19, com maiores flexibilizações na economia, a China vem tentando, sem sucesso, conter uma nova onda de contágios por lá. Os lockdowns, além de não se mostrarem eficazes, impactam a economia. Os lockdowns vem bagunçando, novamente, as cadeias produtivas internacionais e sua logística. Muitas indústrias que usam componentes fabricados na China não estão sendo abastecidas e as exportações brasileiras de proteína animal, que precisam ser refrigeradas, estão ameaçadas. O valor do frete de exportação do contêiner refrigerado de 40 pés subiu para US$ 6.800 muito próximo do pico atingido em janeiro de 2021, de US$ 7.600. O congestionamento em Xangai impede os desembarques e não há tomadas para manter os contêineres refrigerados. No lado das importações, o valor do frete do contêiner de 20 pés, que passou de US$ 1.000 antes da pandemia para mais de US$ 10.000 em 2021 e está numa trajetória de recuo, agora ameaça subir novamente da cotação atual de US$ 5.300 quando chegar a alta estação em junho. Pelo lado das exportações, esse problema vai desacelerar as atividades exportadoras brasileiras para o principal mercado importador e pode fazer com que alguns produtos sejam vendidos domesticamente, caso não seja possível vender no curto prazo para outros países importadores. No lado das importações, o problema do desabastecimento tende a piorar, afetando diversas cadeias produtivas, principalmente de produtos industrializados, que dependem da importação de peças, componentes eletrônicos e partes fundamentais de produtos não facilmente substituíveis.


19/04/2022

FMI melhora a previsão de crescimento da economia brasileira para 2022

Ao mesmo tempo em que revisou para baixo a previsão de crescimento mundial, de 4,4% para 3,6% em 2022, a previsão para o Brasil melhorou de 0,3% para 0,8%. Apesar de não explicar o porquê, há justificativas. A revisão do crescimento brasileiro se deve, principalmente, à mudança geopolítica que aconteceu de janeiro para cá. A invasão russa à Ucrânia era apenas uma ameaça. Nesse período, o preço das commodities subiu consideravelmente, impactando o preço das exportações brasileiras. Além disso, apesar das incertezas das eleições presidenciais brasileiras em 2022, o Governo Federal vem anunciando um pacote de bondades que vai trazer um crescimento de curto prazo, não sustentável, da economia brasileira, puxado principalmente pelo consumo das famílias. Esse ajuste na previsão de crescimento já vinha sendo feito também pelo Boletim Focus. Apesar das últimas semanas terem sido de falta de informações, pois os funcionários do Banco Central estão em greve. Quando o Boletim voltar, certamente fará esse ajuste para cima do PIB. Na comparação com os demais países emergentes, a economia brasileira terá o segundo pior desempenho, com destaque de forte crescimento da Índia (8,2%), seguido por China (4,4%) e México (2,0%). A Rússia deve cair 8,5% ou talvez ainda mais, a depender da duração da guerra. O mundo como um todo irá desacelerar o seu crescimento em 2022, impactado fortemente pelas sanções econômicas impostas à Rússia, mas também pelos problemas com o COVID-19 na China e a redução de escoamento de produtos de lá e do aumento de juros para conter a inflação mundial. Já para 2023, a expectativa é de recuperação da maioria dos países, inclusive do Brasil, com crescimento de 1,4% embora que menor em relação à previsão de janeiro, que era de 1,6%. O FMI acredita que os impactos da desaceleração da economia mundial se espalhem por 2023.


18/04/2022

Comércio Brasil x EUA se encaminha para novo Recorde em 2022

Após bater recorde em 2021, a corrente de comércio, que soma exportações e importações, mostrou crescimento de 40,2% para US$ 19 Bilhões no 1º trimestre. Esse é o maior valor da série histórica. Entenda o que ajudou. As exportações brasileiras cresceram 35,9% no primeiro trimestre, chegando a US$ 7,6 Bilhões. As importações, por sua vez, também cresceram para US$ 11,4 Bilhões, um salto de 43,2%. O déficit que temos com os EUA aumentou também, para US$ 19 Bilhões no mesmo período. O Brasil teve crescimento disseminado em 9 dos 10 principais itens exportados para os EUA. O destaque foi o petróleo bruto, que teve aumento de 167%, decomposto em 48,5% de aumento de preço e 79,5% em aumento de volume, mas lembrando que representa 10% das exportações totais. Semiacabados de ferro continuam dominando a pauta com quase 14% das exportações totais para os EUA, com crescimento menor de 4,4%. Outro destaque importante veio das carnes bovinas, que tiveram crescimento de 725,5%, apesar de representar apenas 3% das exportações. Importante mencionar que o Brasil se tornou o principal fornecedor de carne bovina, desbancando Canadá, México e Austrália. Isso tudo aconteceu depois de uma proibição em 2017 por questões sanitárias e retomada agora em 2020, após negociações de reabertura ao mercado. Do lado das importações, o crescimento também foi espalhado entre 8 dos 10 itens mais importados, com destaque para o aumento de 263,9% na importação de gás natural para abastecer as termelétricas brasileiras. O aumento de preços respondeu por 232,5% e o do volume em 9,4%. Outro aumento significativo nas importações aconteceu na compra de fertilizantes. As importações aumentaram em 90% como substituição às importações russas, que estão com a logística interrompida por conta dos embargos econômicos. A geopolítica e a inflação explicam as mudanças. O Brasil não deve tomar lados quando se trata de comércio internacional. O país deve procurar se relacionar com todos os países que tenham potencial de comprar os nossos bens e serviços. Um exemplo a ser seguido é o Chile, país com maior número de acordos bilaterais no mundo.


17/04/2022

O que vem por aí na Semana Econômica!

Informações importantes, toda segunda-feira, trazendo a semana em indicadores e movimentações da economia e do mercado. Não deixe de escutar e mantenha-se informado.


15/04/2022

Auxílio Brasil é maior que Carteira Assinada em 12 estados

Reflexo da pobreza, desemprego e informalidade, todos os estados estão nas regiões Norte e Nordeste, indicando alta dependência do dinheiro público e necessidade de políticas de desenvolvimento econômico regional. O levantamento mostra que há 41 milhões de trabalhadores formais com carteira assinada, mas há um grande número de pessoas trabalhando de maneira informal, 25,9 milhões, e não leva em consideração o funcionalismo público. O número de beneficiários atingiu 18 milhões de pessoas. Rio Grande do Norte é o único estado no Nordeste que apresenta mais empregos formais que beneficiários do Auxílio Brasil, mas numa diferença muito pequena. No Norte, Tocantins e Roraima também estão acima. São Paulo, Minas Gerais e Paraná são os 3 primeiros na outra ponta. Antes da pandemia, 8 estados tinham mais benefícios que empregos formais. Em 2020 subiu para 10 e agora, com a inclusão de mais 2,7 milhões de famílias no Auxílio Brasil, subiu para 12. Esse é o maior percentual em relação aos trabalhadores formais até hoje na série histórica. A pandemia levou o Governo a criar o Auxílio Emergencial, que trouxe um impacto significativo na vida das famílias e na economia dessas regiões, como indicado no estudo que desenvolvi sobre o assunto. O Auxílio Brasil substituiu o Bolsa Família e mostra que o problema é maior. Políticas de desenvolvimento regional são a solução para resolver essa grande disparidade regional. O Auxílio Brasil atenua no curto prazo, mas a saída precisa vir de políticas que desenvolvam o capital humano, através da educação, e as potencialidades econômicas regionais.


14/04/2022

Elon Musk apresentou proposta para comprar o Twitter!

Sua proposta avalia a empresa em US$ 43 Bilhões e deve fechar o capital dela, tomando o controle total da mídia social. A proposta considera o valor das ações em US$ 54,20 por ação, acima do valor atual de US$ 45,85. Musk já detém 9,1% das ações do Twitter e divulgou que enviou a proposta para a comissão de valores imobiliários dos EUA (SEC). O conselho de diretores da empresa está analisando a proposta e pode dar um retorno positivo para que ele assuma o controle total da mídia social. Esse é mais um capítulo da série de tweets que o homem mais rico do mundo segundo a Forbes tem feito que sempre trouxe polêmicas e, em muitos casos, retorno financeiro positivo para ele, como no caso dos comentários que fez sobre o uso do Bitcoin na venda dos seus Teslas. A proposta está 18% acima do preço de fechamento do último pregão, de US$ 45,85, e 38% acima do valor de fechamento de 1º de abril, quando ele anunciou que tinha adquirido uma participação na empresa. Muita volatilidade atingiu o preço da ação, com subida do valor da ação. A proposta apresentada informa que é do tipo take or leave it. Ou seja, essa seria sua melhor e última oferta e que não está jogando o jogo de vai e vem. Ele também deu a entender que poderá sair de sua posição investida atualmente, caso a oferta seja recusada pelo conselho. Segundo Musk, o Twitter tem um potencial extraordinário e ele irá desbloqueá-lo. Isso pode significar que regras de condutas de usuários e postagens podem ser alteradas, um ponto em forte discussão hoje na regulação de redes sociais. Perfis banidos podem até voltar a funcionar.


13/04/2022

Por que Porto de Galinhas e Muro Alto se valorizaram tanto?

Há um boom imobiliário no mercado de 2ª residência ou já passou? Desde o início da pandemia, os imóveis na região se valorizaram mais de 50% apesar do número de lançamentos ter se intensificado. Vale a pena investir? Porto de Galinhas se consolidou como um dos principais destinos turísticos no Brasil, atraindo visitantes de todo o país e de fora. Esse desempenho também atrai investidores, que procuram um maior retorno no segmento de locação por temporada com possibilidade de usufruto. É fato que as taxas de juros mais baixas e o crédito fácil no período de 2020 e 2021 facilitaram para que muitos investidores entrassem nesse mercado o que empurrou os preços médios por m2 de R$ 10 Mil para mais de R$ 17 Mil. Mas não se trata de uma bolha, pois não há expectativas de reversão. Os juros ficaram mais altos recentemente, mas o mercado continua com forte demanda e os lançamentos de novos projetos também continuam acontecendo. Essa expansão do mercado ajuda a consolidar o destino turístico à medida que novos serviços são ofertados a este tipo de público. Um destino turístico se fortalece e continua crescendo desde que sua infraestrutura de hospedagem, lazer e serviços cresça constantemente. A vocação natural de Porto de Galinhas e suas piscinas naturais é um ponto positivo, mas o diferencial vem dos atrativos adicionais. A decisão de compra vem com a intenção de aproveitar a vocação local com uma perspectiva de uso pessoal e de retorno ao investimento com a locação. Os empreendimentos devem incorporar essa visão de uso misto, proporcionando serviços de excelência a proprietários e locatários. Desde que a gestão do imóvel seja profissional, a rentabilidade de fato ocorre, com retornos mensais acima do padrão observado na locação de imóveis de primeira residência nas cidades. Para diminuir a relação risco x retorno, algumas premissas são importantes ao investir. Deve-se investir em uma região consolidada, como Porto de Galinhas e Muro Alto, onde mesmo na baixa temporada, há procura. A gestão da operação deve ser profissional, trazendo tranquilidade aos usuários e recorrência. Analisar os resultados sobre o valor investido é fundamental.


12/04/2022

Inflação nos EUA sobre para 8,5% em 12 meses e Dólar cai, como assim?

A divulgação do CPI – Consumer Price Index (equivalente ao nosso IPCA) mostrou elevação de 1,2% no mês de março, renovando a expectativa de pressão sobre os preços na economia americana, fato preocupante. No momento em que a divulgação do CPI ocorreu, o Dólar caiu mais de 1% e as bolsas subiram. O que o mercado insinuou com isso foi que o resultado, alinhado com as expectativas, foi menos ruim do que o esperado. De todo jeito, essa é a maior inflação desde dezembro de 1981. Ao longo do dia parece que o sentimento do mercado mudou e a queda do Dólar junto com a subida das bolsas enfraqueceu. Há outros fatores que também influenciam os mercados, como a declaração de Putin que as conversas de trégua com a Ucrânia estão praticamente abandonadas. Mas o mercado ainda não decidiu, no final das contas, se o resultado da inflação americana foi positivo porque implica num cenário não tão negativo para a política de juros do FED ou se foi negativo porque sinaliza atividade mais fraca e possibilidade real de recessão em 2023. O resultado não deve mudar o posicionamento do FED em acelerar o ritmo de aumento dos juros e pode até aumentar a intensidade em sua próxima reunião de maio. Na última reunião, o FED aumentou os juros em 0,25 p.p. e talvez aumente o ritmo para 0,50 p.p. na reunião seguinte. Enquanto isso não acontece, muitos investidores continuam apostando no carry trade – aposta na diferença de juros pagos entre Brasil e EUA, para continuar aportando recursos no Brasil. Mas, a partir de maio, tudo pode mudar com os títulos de renda fixa americanos pagando mais.


11/04/2022

Barril de petróleo cai abaixo de US$100

Dólar se mantém nos R$ 4,70. Cadê o repasse para baixo da Petrobras? Como a política de paridade de preços internacionais funciona para elevação de preços, deveria funcionar para redução. Ou será que o preço brasileiro ainda está baixo? A Petrobras terá reunião do seu conselho nessa semana para aprovação dos novos presidentes da empresa e do conselho, mas a política de equalização com os preços internacionais não tem margem para ser alterada. Mas o contexto atual também deveria ajudar para um ajuste para baixo. O Dólar já vem se mantendo num patamar mais baixo que no início do ano, em torno de 20% abaixo da cotação de dezembro. O preço do barril de petróleo está abaixo dos US$ 100, uma queda de 40% do seu pico em março. Até agora, somente o gás teve uma leve redução em seu preço. Imagem barril de petróleo Nessa semana a OPEP+ se reúne em meio a pedidos para que aumentem sua oferta mundial de produção de petróleo com os embargos sendo usados contra a Rússia. Mas não deve ter grande surpresa por parte deles, principalmente porque a Rússia faz parte da organização e irá vetar. Os países membros da Agência Internacional de Energia (AIE) liberarão 60 milhões de barris nos próximos seis meses, com os EUA participando com uma liberação de 180 milhões de barris anunciada em março. Isso pode afetar ainda mais o preço do petróleo para baixo? Veremos. O que de fato está fazendo com que o preço internacional do barril de petróleo caia é a nova onda de contaminações por COVID-19 e suas consequentes reduções na atividade econômica na China. Cidades importantes estão em isolamento e os dados de atividade econômica em queda. Pode ser que a Petrobras reduza o preço dos combustíveis e devolva a forte variação do IPCA que aconteceu em março e que surpreendeu até mesmo o presidente do Banco Central. O IPCA precisa começar a ceder em abril para que o COPOM não eleve novamente a SELIC em maio.